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Quais são os desafios de ser imigrante? com Bruna Barreto
Episode Transcript
Você já se auto sabotou?
Vive em relacionamentos complicados?
Segue entre Tapas e Beijos com a sua família.
Já esteve perdida em algum momento na sua carreira?
Você não está sozinho.
Em psicologia sincera, eu, Ana Luiza.
E eu, Ana Teresa?
Vamos comentar os mais diversos assuntos do nosso cotidiano, sempre com uma opinião sincera.
Pode ser que você se identifique ou não com as nossas análises e reflexões.
Mas aí você vê se a carapuça serviu.
E aí, gente, sejam bem vindos a mais um episódio da psicologia sincera, como vocês podem ver pelo título e pela capinha.
Diferente do episódio, hoje a gente vai fazer o Nosso Quadro de entrevistas, que para quem já escuta a gente há um tempo, já está acostumado, já sabe como que funciona, em que a gente traz alguém que é especializado em alguma área específica da psicologia ou até de alguma outra área, né?
Alguma outra profissão.
A gente também já teve convidados assim, com essa intenção da gente poder enriquecer mais ainda o conteúdo.
A gente sempre fala que eu, a natureza, a gente.
Não sabe de tudo, a gente não sabe de todas as teorias, de todas as especialidades, obviamente.
Então a ideia é que a gente traga uma profissional aqui para a gente poder conversar um pouco mais, para a gente poder aprofundar em algum tema que Ana Teresa não dominamos totalmente, né?
E a gente está muito animada para chamar a Bruna Barreto aqui para conversar com a gente.
Hoje, a Bruna ela é licenciada pela universidade lusófona de Lisboa, mestre pela universidade lusiada da Lisboa.
Ela tem a tese de mestrado dela voltada para o estudo da saúde mental dos imigrantes brasileiros.
Ela tem formação também em terapia cognitivo comportamental, atendimento de brasileiros em mais de 10 países aí pelo mundo.
E inclusive, a gente acha muito legal de falar que ela faz atendimentos em português e inglês também.
Então tem aí esse currículo extenso para a gente conversar um pouquinho, como vocês podem ver pelo título, né?
A gente vai falar um pouco sobre imigrantes, imigração, todo esse contexto da saúde mental, né?
Bom, antes da gente começar, a gente tem aqui a tradição de perguntar.
Então, Ana Teresa me conta, como que a Bruna chegou até aqui, como que surgiu a ideia desse episódio?
Então eu conheci a Bruna num grupo de intervisão, porque a gente participava junto e ela quis trazer um pouco da tese de mestrado dela, que eu achei muito legal assim de compartilhar, né?
Acho que tanto o objetivo do podcast é compartilhar conhecimento.
Acho que a Bruna também fez isso muito legal lá no nosso grupo, que é de estudo, de troca entre profissionais.
E ela trouxe essa questão da saúde mental do Imigrante, que eu atendo Imigrante.
Ana Luiza atende Imigrante e Eu Acredito que algumas psicólogas que podem estar ouvindo a gente aqui.
Também atendem imigrantes ou você Imigrante, né?
E também pode estar passando por muita coisa que a gente vai falar aqui.
E existe áreas específicas dentro da psicologia sobre isso, que eu acho que as pessoas não sabem ou talvez não conversam muito sobre isso.
Então eu achei muito legal.
A Bruna traz essa outra área de conhecimento que a gente nunca trouxe aqui no podcast, que também é muito importante, que tem as suas particularidades que são importantes da gente dar atenção quando a gente fala sobre Imigrante.
Até pensando para quem está ouvindo a gente que é Imigrante ou conhece alguém que é Imigrante, né?
Acho que a Bruna vai ajudar muito a gente a ter esse olhar um pouco mais específico, né?
E Bruna, dá um oi aí para o pessoal para você se introduzir.
Oi gente, muito prazer estar aqui nesse podcast.
Estou me sentindo super honrada.
Até fale antes que estou me sentindo chiquérrima de estar sendo convidada a participar num podcast.
Muito obrigada pelo convite.
Estou muito feliz de poder compartilhar um pouquinho aqui do do que eu tenho aprendido, estudado e vivenciado na minha clínica assim nos últimos tempos.
Muito obrigada pelo convite.
E Bruna, pra gente começar a introduzir aqui o episódio, né, pra gente dar uma contextualizada?
Qual é a cara dos brasileiros que moram fora assim, pra gente começar a entender de quais são os imigrantes que a gente está falando, né?
Essa é uma pergunta muito boa, até porque eu acho que ela está associada até algum preconceito que a gente tem, né?
Ou por um lado, de achar que é uma pessoa muito rica, que tem condições de imigrar e viver fora do Brasil.
Ou por um outro lado, de pensar que quem é Imigrante e sai do Brasil vai para viver uma vida muito difícil e sem condições adequadas, né?
E a verdade é que não, não, não existe um perfil.
Então existe uma cara única do brasileiro que que imigra, né?
Existem estudantes que vão procurar, por exemplo, fazer o mestrado fora, ou a própria faculdade.
Ou tem também 11 modelo sanduíche, que chama de faculdade, que você faz um período fora e depois você volta.
Tem famílias inteiras que vão juntas, tem casais, tem pessoas aposentadas, existe um visto de pessoas aposentadas, então tem todo tipo de gente que decide emigrar por muitos motivos.
Diferentes também até ouvindo você, Bruna.
Eu fiquei pensando assim, eu não sei que vocês estão ouvindo, mas quando a gente pensa ou quando eu penso na palavra Imigrante, me vem com uma imagem específica assim.
E é uma imagem às vezes muito estigmatizada, inclusive em relação, né, a imigrantes.
Aí, enfim, só pensei nisso enquanto você estava falando, queria compartilhar e até na verdade eu fiquei pensando, se vale a gente falar o que que é um Imigrante, né?
Assim, onde realmente vivem?
O que comem pra gente começar, talvez pelo óbvio, não sei se faz sentido para você.
Ô Imigrante assim?
Achei uma boa pergunta, mas de uma forma muito simples, é quem decide sair do seu país e vive num outro país.
Então a pessoa que emigra, ou seja, decide sair de onde está e vai para outro lugar.
Eu, inclusive, algo importante de dizer, eu sou uma Imigrante, eu sou brasileira, sou carioca, mas eu moro já em Lisboa há uns 6 anos que eu estou aqui e eu sou Imigrante e não importa.
Tanto de tempo que eu passo aqui, eu vou ser para sempre Imigrante, porque eu não vim daqui, não é minha origem.
Então Imigrante é quando a gente está num lugar que não é o nosso, de nascença.
E essa é uma identidade que a gente vai carregar para sempre enquanto a gente tiver nesse lugar.
Mas no fim, assim, pensando em quem, quem são os brasileiros que são imigrantes, apesar de não existir uma cara específica para essas pessoas, olhando para as pesquisas e pensando em em maioria, para a gente conseguir caracterizar mais ou menos assim, a maioria desses imigrantes tem entre uns 25 e 40 anos, tem mais ou menos 11 ensino.
Ou médios ou superior completo.
Então tem algum nível ali de escolaridade e algumas vezes até já tinha uma carreira consolidada no Brasil, o que não significa que se mantenham nessa carreira depois que emigram, mas muitas vezes já tinham essa carreira consolidada.
E um ponto muito interessante que a gente até falou numa outra conversa que a gente teve, né?
É sobre as minorias que emigram e eu estava pesquisando sobre isso.
E atualmente existe um número bem expressivo de mulheres migrando sozinhas, seja para trabalhar, para estudar ou simplesmente para.
Para se reinventar, para sair ali do lugar que conhecia e descobrir algo novo.
E eu estava pesquisando sobre isso e vi que tem um estudo de 2006, ou seja, não é de agora, de 2006, que estava apontando que a Europa, de uma forma específica, estava sendo cada vez mais procurada por mulheres que imigram sozinhas já em 2006.
E nesse estudo estava apontando que justamente a maioria eram mulheres do Brasil.
Então, AA Europa tem sido um lugar procurado desde 2006 por mulheres que imigram sozinhas, e nos anos 70 era muito diferente.
Ainda acontece hoje, mas nos nos anos 70 era algo muito específico de os homens iam em busca de trabalho, por exemplo, e só depois que as mulheres iam e se uniam a eles, né?
Mas esse cenário tem mudado um pouquinho.
As mulheres têm conseguido fazer esse caminho oposto de desbravarem elas e muitas vezes até tem os filhos e deixam os filhos com os pais ou com o companheiro.
Então isso é algo que tem mudado dos anos 70 para recentemente.
E deve ser muito interessante assim pensar, né?
Como a sociedade vai mudando e também vai acompanhando, né?
Esses fenômenos.
E aí eu tenho uma curiosidade, uma.
Pergunta para te fazer que é, o que motiva esses brasileiros, essas mulheres, a saírem do país, né?
Normalmente tem um motivo mais específico, assim eu tenho que nem.
Ana lusa falou os meus estigmas que me fazem pensar que é uma pessoa sair do país, mas eu imagino que deva ser muito mais amplo, né?
Sim, sim, podem ser muitos motivos assim.
Os mais comuns, normalmente falando de brasileiros mesmo, que vão para fora.
É essa segurança, né?
Os brasileiros que estão procurando um lugar mais seguro para estar.
Como a gente vive numa crescente de violência no Brasil, estabilidade econômica.
Também até pelo poder de compra da moeda desse outro país, para o qual o Imigrante vai então melhores oportunidades de estudo, de trabalho.
E muitas vezes, nesses casos em que eu até mencionei que antes eram os homens e hoje as mulheres também fazem isso, de ir na frente do restante da família para conseguir depois oferecer mais qualidade para a família que ficou no Brasil ou que pretende depois levar junto para onde vai.
Então tem essas razões que são meio que mais práticas, digamos assim.
Mas também tem motivos emocionais, né?
De poxa, eu quero me.
Inventar.
E eu quero sair, porque eu quero inventar.
Eu quero buscar um novo desafio.
Eu quero viver um sonho antigo, me conhecer.
Então também tem esses motivos que não são muito falados, eu acho.
Eu pensei numa coisa, eu fiquei me perguntando, se eu compartilhar, vou não, mas eu vou arriscar compartilhar porque vai que alguém está ouvindo, se identifica?
Mas assim, até olhando para o contexto das minhas clientes, que são imigrantes, e até de pessoas da minha vida pessoal mesmo, pessoas da minha própria família, eu fiquei me perguntando se também não tem aí algum lado emocional de me veio.
O que me veio é fugir da família, sim, dessa forma, não sei se fica muito concreto, muito direto, mas me veio assim, nesse lugar de também poder se distanciar, né?
E aí eu fiquei pensando nisso, Bruna, você tem aí questões sociais, econômicas, que foi o que você trouxe, mas ali na clínica, até fiquei pensando nesse lugar emocionalmente, de também poder se distanciar de alguma forma desse meio e desse espaço, enfim, onde está a família, né?
Fiquei pensando nisso.
Com certeza isso é uma coisa que acontece e às vezes.
Não só se distanciar da família, mas se distanciar da própria versão que conhece hoje, sabe?
Eu senti muito isso comigo quando eu me mudei.
Não era uma intenção, mas eu era bem tímida e eu lembro que na faculdade que eu não estava no Brasil, eu era aquela pessoa que eu não conseguia levantar o dedo e fazer uma pergunta, porque eu ficava morrendo de vergonha.
E quando eu vim pra cá e eu estava na faculdade, veio tanto um sentimento de ninguém me conhece, eu posso ser o que eu quiser, sabe?
Então existe essa parte também de quero me afastar também da família às vezes.
Quando é, é um ambiente muito hostil ou muito difícil de se viver e às vezes quero conhecer uma parte de mim que eu ainda não conheço.
E mesmo não tendo sido uma motivação minha, eu percebi que foi algo que aconteceu muito comigo também.
Assim, e eu acho que acontece com a maioria dos imigrantes, porque a gente precisa ter facetas que a gente nunca precisou ter antes, né?
E a gente acaba conhecendo novas partes de nós que ainda não precisaram ter sido exploradas antes.
Então, sim, existe esse recorte, com certeza.
E aí fiquei pensando dentro disso, Bruna?
Sim, de como que é essa chegada, né?
Quando a gente está falando aqui da cara dos brasileiros que moram fora, o que que motiva, né?
Aí, beleza, depois que foi motivado e que fez esse movimento, como que é essa chegada em outro país em que você não vem assim, não pertence entre aspas, né?
A princípio, como que você vê essa chegada do Imigrante no país?
É uma boa pergunta assim e antes de responder, é muito importante ressaltar que o que eu vou falar não, Aline.
Mas os estudos mostram as fases pelas quais o Imigrante passa, né?
Então, assim, no começo desse início no novo país, costuma ser muito marcado pelo encantamento, tudo novidade e também a sensação de Conquista é muito presente de nossa, eu consegui, olha onde é que eu tô, principalmente quando você é um sonho antigo, um desejo antigo, é muito marcado por essa sensação de Conquista.
Mas junto desse encantamento, surgem ali alguns desafios práticos também, né?
A burocracia, ter que lidar com documentação, às vezes isso é muito.
Difícil essa parte da documentação, o idioma.
E falando de novo de mim.
Eu estou em Portugal, o idioma é português, mas gente, não é não.
Não parece que é.
Mesmo sendo o mesmo idioma é muito diferente, e então, claro que no idioma, por exemplo, são pessoas que vão para Alemanha, é muito difícil, é um idioma muito difícil de se aprender, então é um desafio ainda maior.
O clima pode ser um desafio, custo de vida em si, ainda mais no início, quando você ainda está se adaptando AA um novo emprego, então tem esses desafios bem práticos assim, né?
E claro, a parte mais emocional, né?
A sensação de que você tá tá fora do seu lugar, você perde referências culturais simples, do tipo.
Você estava acostumado que no na esquina da sua rua tinha o cara que vendia pipoca?
Você não tem mais o cara que vende pipoca e você nem sabe onde é que tem uma boa pipoca, onde você está.
Então, todas essas coisas pequenas têm um impacto muito grande já nesse início.
E aí é nesse momento que começa assim, de uma forma sutil, o processo de aculturação que que é aculturação é a gente, de certa forma, não abrir mão da nossa cultura, mas pegar as referências da nova cultura em que a gente está e juntar as 2 coisas.
É, é aí que esse.
Processo começa e é um processo difícil.
Não, mas assim, ouvindo você, Bruna, me vieram 2 palavras assim, pertencimento de como que é esse lugar, do pertencimento a sensação de pertencimento ou de não pertencimento.
Também me veio a palavra confusão.
Assim, não sei se essa foi sua experiência e se é uma experiência comum de quem é Imigrante.
Mas nisso que você estava descrevendo, de você ter vindo de um lugar e tem a sua cultura ao mesmo tempo que você.
Você pega em partes e vai se acostumando com outra.
Agora vem uma terceira palavra, que foi tipo um limbo assim, né?
Tá com um pé lá, tá com um pé KE aí ao mesmo tempo pra não tá com pé em nenhum lugar, mas tá assim, não sei, não sei se está fazendo sentido e se é um pouco essa experiência.
Mesmo assim, acho que a minha pergunta é essa, se faz sentido esses lugares para onde eu fui, da questão do pertencimento, dessa confusão mesmo dentro da experiência de que é Imigrante, até para poder validar, se for isso, né?
Assim, se outras pessoas sentem isso para às vezes poder validar, tipo, não é isso mesmo?
É isso mesmo?
Completamente.
É isso mesmo.
A palavra confusão eu acho que define muito bem porque os estudiosos definem 4 fases assim de adaptação.
Vou explicá las e depois vou dizer porque que a confusão faz sentido.
E atenção, se liga aí que é hora da revisão.
A primeira fase é essa lua de mel, que é isso que eu falei, do encantamento.
Empolgação tudo é novidade quando o Imigrante chega no novo país.
Depois vem o choque cultural de surgir as frustrações, a saudade de casa e esse estranhamento desse lugar.
Ar novo na teoria, depois vem uma adaptação gradual, então nós, imigrantes, a gente começa AA criar uma rotina, a entender melhor como as coisas funcionam.
Ah, afinal, aquela pipoca que eu estava pensando tem aquele lugar ali que vende.
Então a gente começa a se acostumar um pouco.
E no fim, a última fase seria de integração, que existe onde é desejável que exista esse equilíbrio entre a cultura de origem e a cultura local.
Mas onde é que a confusão entra?
Aí entra no fato de que essas fases bem delimitadas são só na teoria.
Teoria ou não, na prática, isso está acontecendo tudo ao mesmo tempo, de uma forma geral, ao mesmo tempo que eu estou super encantada com esse novo lugar e me sentindo, caramba, olha o que que eu consegui, eu estou morrendo de saudade da minha família, eu não faço a menor ideia do que eu estou fazendo.
Eu tenho até um caso no consultório de uma paciente que está na Alemanha, né?
Um país em que o de homem é muito difícil e ela fala, eu não consigo levar meu filho no médico se meu filho estiver doente, eu não consigo levar meu filho no médico.
Ao mesmo tempo, ela está muito feliz de estar lá e isso tudo gera muita confusão, todos esses sentimentos.
E deve gerar um pouco de confusão, né, porque a Ana Luiza falou um pouco até de uma questão de fuga, né, de até de 11, idealização muito grande de melhora, né?
E eu acho que como todo relacionamento que a gente diz aqui no podcast vai ter para as e contras.
E aí eu acho que depois passa a fase lua de mel, é um processo, né, que nem você falou, que é uma das fases de adaptação de o que que eu quero negociar, o que que eu não quero negociar nessa mudança, o que que eu quero adaptar, o que eu não quero, porque tem vezes que a gente vai conhecer.
Eu acho que a gente só conhece a realidade estando lá de fato, né?
Tem como a gente ter uma noção, mas assim a gente só vai sentir na pé.
É e quem a gente é, como é que a gente lida, que que é está lá, estando no país que a gente quer, só que também a gente entendeu de será que tudo isso que eu idealizei está de acordo com o que eu quero também?
Eu acho que é um é uma reanálise o tempo inteiro, por isso que eu acho que não é linear, né?
Porque de vez em quando, OK, achei que eu passei por tudo, aí aparece uma nova situação, não passei por isso.
E aí, como é que eu vou aprender a lidar com isso?
Até porque eu lembro que a gente conversou sobre isso quando a gente estava falando sobre fazer o episódio que eu vou vendo vocês 2 e eu vou pensando em relacionamentos mesmo, né?
Assim, eu lembro que a gente falou um pouco quando você falou que.
Tem uma fase do encantamento.
Eu fiquei encantada e muito surpresa porque pensei, cara, igual as fases, né?
As diferentes etapas que você construiu.
Uma relação que tem a fase de idealização e de encantamento e que eu lembro que eu acho que eu já falei no podcast e eu mencionei para vocês.
Eu tenho uma professora que fala isso.
Assim é, não dá para você entrar numa relação sem você idealizar de alguma forma assim.
Tem até um nível, entre aspas, de auto engano.
Entre muitas aspas, esse auto inhame, tá, gente, nesse lugar de não ver, de talvez não entrar em contato com as dificuldades de dessa coisa do encantamento mesmo, né?
Da lua de mel.
E que é isso que faz a gente entrar na relação, porque se a gente visse a realidade, e aí fazendo esse paralelo, estou falando e quero checar com você, tá, Bruna?
Fazendo esse paralelo em relação às fases de adaptação do Imigrante, me vem isso.
Assim, às vezes, se a pessoa não passa pelo encantamento EE tivesse acesso só a toda essa realidade, que seria não sei se se a pessoa teria essa coração.
Agem talvez não sempre motivação, né?
Resumindo, na função desse encantamento, até para ajudar de alguma forma a pessoa poder tomar essa decisão, né?
E que depois, como um relacionamento, isso vai sendo digerido, isso vai sendo mais bem elaborado.
A tá até entrar em contato com a realidade daquela pessoa, né, daquela relação com a dificuldade.
Mas eu achei muito curioso assim, quando você trouxe que eu vi uma relação total entre construção de uma relação e de uma pessoa e a construção de uma decisão de imigrar.
Faz sentido para você quando eu compartilho?
Isso.
Faz muito sentido.
E eu eu fico pensando, até não quando a gente olha não só para um relacionamento, mas para o casamento assim, seria uma outra etapa assim, de um relacionamento, uma decisão que meio que se compromete ainda mais.
Sabe quando você pensa que normalmente você precisa ter um?
Você precisa se encantar com aquilo para decidir ficar?
Mas tem um outro detalhe muito importante, fazendo essa analogia com relacionamento, pensando no casamento em específico e que acontece muito com os imigrantes, é que existe muito.
Diferença muito grande entre quem migra com planejamento e quem migra de uma forma mais impulsiva.
O impacto emocional costuma ser muito diferente, porque, como a gente falou, a vida no exterior nem sempre corresponde com a nossa expectativa.
E é muito como no casamento, assim é o tempo de namoro.
É como se fosse esse planejamento, né?
Em que você está conhecendo, você está vendo os prós e contras e se vale a pena tomar essa decisão.
É como se fosse esse tempo de planejamento para imigrar, esse tempo.
E muitos estudos mostram isso, que Como Ele É feito o tempo antes de você migrar, ele determina muito de como vai ser o seu início no novo país.
Assim, a nível de planejamento, de gestão, das expectativas.
Então acho que dá pra gente fazer assim essa analogia com relacionamento, um namoro, um casamento, enfim, eu acho que realmente tem tudo a ver.
Um outro tópico assim, falando sobre o pertencimento que a Ana Luzia tinha trazido antes, é que tem algumas formas da gente pertencer ou não a nova.
A cultura, e eu acho que isso pode ajudar muita gente.
Eu acho que eu passei muito por isso.
Assim, pessoalmente, até falando sobre essa questão do pertencimento, que eu acho que é bem importante a gente olhar para esse ponto.
Tem 11, psicólogo muito conhecido, ele estudava muito esse tema de imigração que é o John Berry, o nome dele, e ele desenvolveu um modelo aí que tem um nome meio complicado, que é modelo bidimensional de aculturação, fala português comigo, mas esse nome não é tão importante.
O que que é importante desse modelo?
O que que ele propõe?
Existe uma interação.
A nossa adaptação cultural.
Ela depende de da interação entre 2 fatores que um é manter ou não a cultura de origem e o outro.
É buscar ou não se envolver com a nova cultura.
Ele aponta dessa interação que surgem 4 estratégias que o Imigrante pode usar No No país de destino.
Isso foi até algo que eu mencionei bastante na minha tese, porque é muito importante.
Como é a integração, não sei se vocês lembram.
A gente falou agora sobre as 4 fases, e a última das fases é a integração, né, que é o equilíbrio entre a cultura de origem e a local.
Mas esse é o é o final feliz, né?
Esse é o é o que a gente espera, mas não necessariamente a gente termina nesse.
Então, a integração é quando a gente mantém a nossa cultura de origem, né?
Enfim, no nosso caso do Brasil, nossa cultura brasileira, algumas coisas, e a gente também se envolve de forma ativa com a nova cultura.
Esse resultado final está mais ligado a melhores indicadores de bem-estar.
É o ideal, é onde a gente quer estar.
Mas, por outro lado, tem outras 3 formas da gente terminar esse processo.
O outro é a assimilação, que ele chamou o que que significa?
É quando a gente meio que abandona por completo nossa cultura de.
De origem e adota apenas a nova cultura.
Então a gente vira 100% outra pessoa e abandona um pouco as nossas raízes, digamos assim.
Isso no fim, não, não tem resultados muito favoráveis a nível de saúde mental, assim como a outra opção, que é a separação, em que a gente mantém só a nossa cultura de origem e evita o contato com a nova cultura.
Então é eu estar aqui em Portugal, por exemplo, e eu só falo com brasileiros, só ouço música brasileira, só acompanho tudo do Brasil e eu não sei o que se passa aqui.
Eu não me não interajo com a absoluta.
Nada do que acontece aqui, isso gera uma certa alienação, né?
Então também não é Oo desejável e por último, que é o é o mais difícil de todos, é a marginalização, que é quando a pessoa já tem alguma dificuldade de se envolver com a própria cultura, quando ela está no Brasil, então ela chega aqui, ela já não aqui ou em qualquer lugar, né?
Ela já já não se identificava com a cultura de origem e ainda não consegue se envolver com a nova cultura.
Então essa pessoa acaba ficando num num limbo cultural assim, o que acaba sendo mais difícil pra pra saúde mental.
Nossa, Bruno, eu estou vindo.
Você está pensando, eu acho que isso dá um episódio em si, né?
Assim, esse ponto da marginalização, assim, até estou pensando mais uma vez em algumas das minhas clientes, quando a gente fala, você tocou um ponto nesse ponto, errou um pouco nesse ponto de minorias.
E quando a gente fala, por exemplo, num recorte de raça, né, era uma pessoa preta que já tem que lidar com muito racismo no Brasil.
Imagina como que não é isso num contexto de imigração, né, dependendo do país que ela for.
Fiquei pensando nisso assim, que tem muitos lugares.
Também pra pra onde a gente poderia ir, mas eu acho até interessante você trazer esses pontos para mais uma vez a gente poder validar, porque a gente não sabe se a experiência de todo mundo que está ouvindo é a que você falou da integração, né?
Acho super importante você poder trazer esses pontos até para de alguma forma poder orientar e trazer esse dado, né?
Assim, do que que ajuda as pessoas a se sentirem melhor nesse contexto delas.
Mas achei importante poder trazer isso porque era uma dúvida minha, assim, tá, e quem não chegou na integração, quem não conseguiu atingir pelo motivo que for esse ponto, como que a.
Essas pessoas ficam.
Achei interessante você trazer esse ponto e esse da marginalização me chamou muita atenção.
Assim que eu imagino deva ser muito difícil.
Sim, e esse fim, né?
Chegar nesse lugar da marginalização é o que mais traz sofrimentos.
É o que está mais ligado e associado a níveis de ansiedade, de depressão, né, de outros transtornos mentais.
Em muitas das vezes, é algo que não acontece com a imigração.
Pode estar até ligado àquilo que a gente falou antes de a pessoa saiu do Brasil talvez para fugir de um ambiente muito.
Hostil, familiar, por exemplo.
Só que aí ele chega num outro lugar e o ambiente não é tão favorável quanto o esperado.
Então, no fim, a pessoa não se encaixa em lugar nenhum.
E sendo muito sincera assim, apesar desse ficar mais claro da necessidade de acompanhamento psicológico quando possível, todos os outros também precisam, porque a mesma pessoa que chega na integração para chegar nesse lugar é uma montanha-russa, né?
É aquilo da confusão que a gente falou antes.
É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e muitas das vezes essas pessoas.
Se sentem muito sozinhas, ainda por cima para lidar com isso tudo.
Então a terapia é sempre que possível, é muito, muito indicada nesses casos.
As pessoas acham que estar em outro país é muitas das pessoas que ficam.
Tem aquela ideia de olha, tá ganhando em euro, em dólar, tá viajando, tá vivendo isso e aquilo.
E tem essa visão do conto de fadas, né, de que a pessoa tá vivendo algo muito bonito e às vezes realmente tá, mas nem sempre.
Então é muito importante existir um acompanhamento para essas pessoas.
De tudo que você me falou?
Eu acho que o que mais me marcou foi quando você começou.
Eu acho que foi lá no começo do episódio, né?
Quando você fala que.
E eu sou Imigrante.
E não importa o tanto de tempo que eu passe aqui, eu vou ser pra sempre Imigrante porque eu não vim daqui, não é minha origem.
E eu acho que parte para mim do que a gente está falando agora também é um pouco de como é que você vai lidar por ser diferente, talvez pelo restante da sua vida, porque você sempre vai ter um sotaque, talvez você sempre vai ter uma cor de pele diferente da maioria das pessoas.
Você vai se vestir assim, vestir até a gente pode adaptar.
Assim, mas tem coisas que não tem, como a gente mudar e como é que a gente vai conviver sabendo que a gente é diferente.
Não quer dizer que a gente não pertença, mas a gente não é o padrãozinho, né?
E até a gente estar ali integrado, né?
Ter pessoas da mesma cor de pele que a gente, que falam da mesma forma que a gente é um senso de pertencimento, que talvez a gente nunca vai ter 100% ou assim total 100% integrado, né?
Então eu acho que muitas vezes o acompanhamento psicológico vai de tudo bem, eu sou diferente, isso não me faz menos, isso não me faz inferior, né, que eu acho que muitas vezes a gente entra nesse caminho, mas de entender que talvez a gente vai ser diferente pelo.
A gente da vida tomando essa decisão.
Só queria complementar que acho que isso que a natureza falou foi muito importante.
Assim, acho que você falou uma palavra que eu não tô lembrando se a gente já tinha falado ou a gente, a Bruna, mas é da diferença, né?
Assim, me parece que as pessoas que são imigrantes, agora ouvindo vocês 2, são pessoas que, por exemplo, numa terapia, né?
Se ressaltou a importância dessas pessoas estarem num acompanhamento.
Um dos temas talvez que vai ser muito importante dessa pessoa estar ali cuidando e trabalhando, é esse tema do ser diferente, né?
Assim, porque aí me vem, eram muitas coisas.
Coisas assim, de trabalhar isso, da marginização sensação de pertencimento dentro da minha abordagem, quando a gente fala de não pertencimento e de ser diferente, a gente atrela muito ao sentimento de vergonha que muitas vezes acompanham as pessoas, né?
Então as pessoas que são muito diferentes ou que a sociedade aponta como muito diferentes, enfim, então eu fiquei pensando nisso mais uma vez.
Eu acho que é o episódio por si só, pra gente também cuidar do nosso tempo, mas eu achei importante isso que você trouxe, né, Teresinha?
Eu fui pra esse lugar assim de como que é mesmo?
Como que vai?
Vai ser importante pra essas pessoas poderem cuidar do fato delas serem de fato ali diferentes, né?
E até estava meio imersa nos últimos dias numa formação com um gestalt terapeuta, e ele é Imigrante.
Ele estava falando muito exatamente sobre isso, assim como que parece que fica como 11.
Marca mesmo, né?
Assim é, é bem o que você falou No No apartamento, que você é Imigrante.
Eu sempre grande plano de sua vida anão ser claro que você volte, né?
Isso me marcou assim me chamou atenção, acho importante ressaltar.
EE, dentro disso tudo que a gente está falando, acho que até vale a gente perguntar para você, Bruna, na sua opinião assim, na sua experiência, tanto pessoal quanto profissional, qual que você percebe que a sua maior dificuldade ou a sua, mas também num geral dos imigrantes, nesse processo, tem a ver com isso que a gente está falando de ser diferente ou é alguma outra coisa?
Isso que a gente entrou agora é um ponto em relação à identidade.
Cidade, né?
Existe uma crise identitária assim, da pessoa que está passando por isso, de quem eu sou, porque no Brasil eu era, por exemplo, empresária, ou eu Era Eu tinha minha família, eu aos fim de semana eu IA no barzinho, eu fazia isso, eu fazia aquilo e aqui e quem eu sou além de Imigrante, eu sou só isso.
EE, eu até comparo um pouco com a maternidade, né, de naquele início do puerpério, que parece que tudo que você é mãe e quando você chega aqui, nesse momento de choque cultural, parece que tudo que você é é Imigrante.
Nada além disso.
Todo o resto que você tenha conquistado ou feito, não, não interessa.
Você hoje é Imigrante e agora você tem que aprender a lidar com isso.
Isso é muito difícil.
Eu nem acho que essa seja a maior dificuldade.
Para mim, a maior dificuldade, que é o que eu vejo na minha vida, dos meus amigos que também são imigrantes e nas pessoas do meu consultório, é o isolamento social, porque já é tudo muito pesado de se passar.
Muitas vezes, claro, não estou tornando a imigração como a maior dor do mundo, não.
Também é muito bonito também é muito gostoso de se ver conquistando coisas que você talvez não imaginava.
Mas olhando para parte difícil, já pode ser tão difícil que estar sozinho aumenta essa essa dor, sabe?
Não?
Não ter com quem.
Tentar não ter para quem olhar, não ter uma rede de apoio num num novo país pode gerar um sentimento de solidão muito grande.
E aí isso se soma.
A perda de referências culturais.
Isso se soma inclusive na dificuldade de se conectar com outras pessoas, porque o jeito de falar é diferente, as piadas, o senso de humor é diferente, os rituais, a forma de viver é diferente.
Então, para mim, você já está sozinho.
É muito difícil você se conectar com novas pessoas ali, nessa nova cultura também.
E você está me falando, é o que eu mais vejo no meu consultório, que é.
Rede de apoio e novas conexões no novo ambiente até da pergunta de 1000000, que é, como é que se faz amigos na vida adulta?
E ainda, como é que se faz amigos em outra língua na vida adulta, né, que ainda tem isso porque essas diferenças culturais, desses choques, eu acho que é um momento que pesa muito de como é que eu vou reconstruir minha rede de apoio e muitas vezes você chega num lugar que é só você que está reconstruindo as coisas do zero.
As pessoas estão lá, não?
E será que as pessoas querem abrir espaço para você na vida delas ou não?
Porque elas também podem não ter tempo para você e não querem colocar você ali em.
Então eu vejo no meu consultório que é muito complexo, que muitas vezes você está com o tempo disponível para investir em novas relações, mas não necessariamente as pessoas à sua volta vão estar com a mesma abertura e disponibilidade.
Então eu entendo que é um sofrimento muito grande essa conexões humanas, né?
Como é que a gente vai refazer tudo isso?
Porque se a gente parar pra pensar se você está me ouvindo e você morou a sua vida inteira na mesma cidade, você teve décadas para construir essas relações, e aí você vai ter que reconstruir essas relações em anos em outro lugar, né?
Dá muito trabalho.
E, querido ouvinte, é normal que no início você tem que se conectar e não é a mesma coisa do que os seus amigos a vida inteira e não vai ser, não vai ser, porque seus amigos a vida inteira, igual a natureza, falou, você teve décadas para construir essa conexão e agora talvez você precise de mais décadas para construir novas conexões e é meio que uma coisa que a gente precisa aprender a lidar e reforço mais uma vez a terapia, mas de forma muito prática.
O que que a gente precisa fazer, já que não tem para onde fugir, claro, tem.
Você pode voltar, né?
Você pode.
Decidir, não ficar e voltar, e é uma decisão muito válida também não há nenhum fracasso.
Decidir voltar é entender que, afinal, não era isso que eu queria, não estou disposto e quero voltar.
E eu acho que também exige muita coragem de tomar essa decisão.
Mas quando você decide ficar, não tem para onde correr.
Você vai precisar ser intencional, ser intencional mesmo, na busca, por exemplo, de grupos com interesse em comum, equilibrar relações com com brasileiros e com pessoas locais para a gente equilibrar aquilo da integração, de ter um pouquinho de cada, se abre para conhecer essas pessoas que estão.
E nessa cultura diferente, que realmente as piadas não tem nada a ver com a sua, mas talas provavelmente tem alguma coisa para acrescentar na sua vida e você na delas, mas também se conecte com brasileiros que estão passando pelo mesmo que você.
Isso é muito importante para essa sensação de identidade que a gente tinha falado antes.
É um grupo que é parecido com você, você é Imigrante, você é sempre Imigrante, eles também, eles não necessariamente estão no mesmo barco que você, mas estão ali no mesmo mar, estão parecidos?
É, são as pessoas que estão mais parecidas na sua situação e.
E se puder participar de eventos comunitários, se engajar em voluntariado.
Eu sei que isso é a gente está falando de um lugar de privilégio, mas tendo esse privilégio se engaje nessas atividades, seja intencional e algo muito importante, mantenha os vínculos com o Brasil.
Cria 11 dia que seja na semana que você vai ligar para os seus amigos ou no mês, ou como fizer sentido que você vai ligar para os seus amigos, vai fazer chamada de vídeo.
É a forma que a gente tem de se manter conectado na perspetiva desse psicólogo, né?
Do Barry que eu tinha.
Falado que estudou sobre isso.
Esses são os movimentos em direção à integração, que é onde a gente quer chegar, que é o caminho mais saudável.
A gente fazendo isso, a gente está preservando quem a gente é, mas também está se conectando ao lugar que a gente está.
E a terapia de forma prática de novo, apesar de ser repetitivo, é isso.
É a terapia, pode ser um espaço para a gente conseguir entender em que lugar a gente está nesse processo e como a gente faz para conseguir avançar para um lugar de mais equilíbrio, de mais pertencimento, para chegar nessa integração também da forma mais saudável possível e acolhedora que for possível.
E eu adorei as suas dicas de até como se conectar, como construir essa rede de apoio, que acho que algumas vezes a gente esquece que relacionamentos requerem esforço, né?
Principalmente no mundo de hoje e intencionalidade.
Isso é uma coisa que eu volto e meter.
Trabalho no meu consultório, que é com quem você vai ter intencionalidade.
Não dá para ser todo mundo, mas com quem é que com quem que vai ser?
E eu acho que quando a gente é Imigrante, temos uma vantagem que temos muito tempo disponível para escolher ali e para melhorar os vínculos, né?
Porque os vínculos precisam de tempo também e intensidade ali, do quanto você vê a pessoa e tudo mais, porque não adianta nada.
Você vê pessoa uma vez por mês que esse vínculo vai demorar mais para ser construído.
E para fechar assim, até me veio uma frase, Bruno, mas não sei se vai fazer sentido.
Eu fiquei com uma coisa de assim, falar para as pessoas, tipo, gente, não dá pra.
Fazer isso sozinho.
E quando eu falo sozinho, não é nesse sentido de que não tem uma capacidade, não tem uma autonomia, né?
Mas eu acho que fala um pouco assim, dentro do desse contexto da imigração e também de um contexto mais macro, que a gente sempre fala que não pode casnar natureza.
Assim a gente parar de ter esse ideal de que a gente, como seres humanos, consegue fazer e continuar fazendo as coisas.
Sozinhos eu fiquei muito com essa sensação, ouvindo você, Bruno, assim, de buscar.
E eu gostei muito dessa palavra, né?
Intencionalidade, né?
Intencionalmente buscar conexões, seja com as pessoas do Brasil, porque de alguma forma se fala de algo da identidade, seja das pessoas do país novo, né?
Mas eu fiquei muito com isso, assim de não passo por isso sozinho, não sei se faz sentido, mas pra gente fechar assim o episódio.
Sim, sim, faz muito sentido.
E pode ser visto de 2 formas, né?
Pode ser visto como um peso de nossa.
Agora eu vou ter que ser.
Mas pode ser visto como uma oportunidade, né?
No fim de também conhecer um outro lado seu que consegue, sim, se adaptar a esse novo contexto assim, então, acho que a gente falou muito de das dificuldades de ser migrante, porque é uma forma de de dizer para quem está ouvindo e está passando por isso, que você não está sozinho passando por isso.
Mas para além de todas essas dificuldades, existe muito para se conhecer da sua capacidade de se adaptar a um novo local, a uma nova cultura, se você estiver sendo intencional.
Anal, se você buscar ajuda certa, então é possível.
A gente, a gente consegue, a gente consegue chegar lá.
E Bruna, se você quiser deixar uma mensagem final, falar onde a gente consegue te encontrar, como é que as pessoas podem?
Assim vocês saírem encantados com a Bruna, como a gente tá saindo Encantado com a Bruna.
Como é que as pessoas podem achar você no seu consultório?
Me conta aí um pouquinho.
Hoje eu atendo online imigrantes, é hoje 90% da minha clínica é de brasileiros imigrantes.
Então, se você não, não precisa ser Imigrante, né?
Mas se você é Imigrante, está ouvindo e quer ser acompanhado por uma psicóloga que atende e entende dessas demandas não só a nível profissional, mas até a nível pessoal mesmo.
Eu tô disponível lá no meu Instagram.
É arroba PSI?
Ponto.
Bruna Barreto.
Eu vou ficar muito feliz de poder acolher a sua história e te ajudar a chegar nesse lugar de pertencimento.
E pessoal, a gente vai deixar essas informações no Instagram da Bruna aqui embaixo, na descrição do episódio, junto com o Instagram do podcast que é arroba podcast psicologia sincera junto com meu Instagram também, que é o arroba Ana Teresa Cavalcante e o da Ana Luiza.
Que é, arroba psicóloga Ana Luiza Braz a gente também vai deixar aqui embaixo, na descrição do episódio no Instagram da nossa.
Essa equipe aqui do podcast, tanto de áudio quanto de design, a gente também vai deixar aqui embaixo o nosso convite.
A gente acabou nem falando mais para o orello.
Gente, a gente está em uma.
Comunidade ali para os nossos apoiadores, onde a gente lança um episódio extra por mês exclusivo para os nossos apoiadores do orella, então o link vai estar aqui embaixo na descrição do episódio para vocês irem lá apoiar.
Ajuda muita gente também.
Gente, se vocês quiserem ajudar a gente na produção dos episódios, vocês podem entrar na comunidade aqui do WhatsApp, que vocês vão entrar também aqui no link que a gente vai deixar.
E lá vocês podem dar sugestão não só de vocês darem um retorno para a gente sobre o episódio da Bruna, vocês também podem deixar aqui nos comentários, como também vocês podem sugerir pessoas.
Acho que vocês gostariam que fossem aqui entrevistadas e trouxessem também as teorias, coisas que vocês acham que são informações válidas serem compartilhadas aqui nessa plataforma para o emoji do episódio de hoje?
Eu pensei num avião.
Eu também pensei no avião, eu sei que tem vários tipos de avião, gente, então.
Saiba que vocês quiserem.
É o avião que vocês mais se identificarem, se estiverem sentindo no momento, vocês comentam aqui embaixo.
E Bruna?
Muito obrigada.
Agora sim, depois de todos esses avisos, a gente tu estava querendo apressar para poder te agradecer.
Logo, muito obrigada pela sua presença aqui no podcast, pelo por ter compartilhado todo seu conhecimento assim.
Como a gente sempre fala, é um prazer a gente fazer esse episódio por conhecer pessoas novas, por ter mais conhecimento.
Então muito obrigada aí pelo seu tempo e pelo seu conhecimento de ter compartilhado aqui com a gente.
Foi um prazer.
Eu sempre falo que passa muito rápido por mim.
Esse episódio chega a ter 2 horas, gente.
Eu que agradeço mais uma vez pelo carinho, pelo reconhecimento, pelo privilégio de estar aqui falando um pouquinho sobre algo que faz parte da minha vida e faz parte do meu consultório.
Também.
Então fico muito feliz por esse convite, muito obrigada e.
É isso, gente, um beijo e até o próximo episódio, lembrando que todas as informações da Bruna vão estar aqui embaixo para vocês.