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Expulso de casa aos 13 anos por ser gay, ele encontrou uma família no Candomblé

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Quem que queria ter 11 gay, um viado na família?

Aí eu fui me convidada a me retirar dessa família, eu virei um andarilho, a minha mãe biológica, ela não pode me criar, a minha avó paterna.

Ela Foi me buscar para cuidar de mim, minha minha mãe, né, porque assim é o chame, é minha avó, mas ela é minha mãe, ela que me criou, meu pai biológico, ele sempre aparecia vez e outra, sempre alcoolizado.

Você é um viado, você me envergonha e me batia dos meus 13 pros 14 anos.

Infelizmente, a minha mãe partiu no leito do hospital no último dia do que ela faleceu.

Durante uns 30 minutos ela falou tudo o que IA acontecer na minha vida.

Acho que ela já entendia que eu IA ser homossexual por causa dos meus 300.

Eu nem sabia o que que era homossexualidade naquela época.

Ela falou, filho, você vai sofrer, você vai passar o inferno.

Você vai passar os diabos, mas seja forte como sua mãe, a força que eu te criei seja a força da sua vida.

No que ela faleceu eu virei um estorvo para minha família, eu virei uma Pedra, porque de fato, quem que queria ter 11 gay?

Infelizmente a palavra esdrúxula, mas um viado na família, ninguém quis assumir aquele fardo.

Aí eu fui me convidar a me retirar dessa família 13 para 14 anos.

Quando eu me dei por mim, eu estava com uma mochila das minhas costas.

Eu virei um andarilho, né?

Onde eu vou conseguir agora uma coberta?

Como é que eu vou tomar banho, como é que eu vou usar o banheiro?

Tudo vem na minha cabeça.

Foi o inferno da minha vida, o inferno, a droga, a bebida, a agressão física, o abuso.

Eu tive que aprender a bater, eu tive que aprender ser ligeiro.

Eu tive que aprender ser um Gavião dentro de uma floresta para sobreviver.

Um dia eu não estava aguentando mais, só água, aquele frio e chuva, frio e chuva, frio e chuva, o estômago doendo, falei, eu vou morrer.

Não encontravam nada, nem amarração de cachorro para comer, é, tem uma praia do centro lá nessa cidade.

Que tem uma imagem de da orixá iemanjá.

Eu com a boca toda seca, com o estômago doendo, achando que IA morrer de fome.

Eu vi uma mulher fazendo uma oferenda, aí eu vi ela batendo Palma na beira do mar.

Eu não entendia nada daquilo, mas achei interessante.

Mas na verdade, eu me aproximei mais a intenção de pedir alguma coisa, um dinheiro, um pão, alguma coisa pra me matar minha fome.

Falou que ela estava agradecendo uma benção, que era uma graça que ela tinha alcançado da orixá em iemanjá eu peguei enfrentar, mas ela faz milagre igual Nossa Senhora Aparecida, porque eu falo assim, porque é o que eu sempre ouvi desde infância.

Ela falou, faz a minha filha foi curada graças a ela.

Só que aí eu era tão leigo na época que eu falava, nossa senhora, iemanjá, eu mitei ela.

Tudo que ela fez eu fiz igual.

Eu vi ela batendo pau, me bati.

As velas que ela acendeu eu apaguei, deixei só uma Cesar pra acender de novo, um Monte de vela que ela colocou lá, as florzinha que ela colocou lá eu roubei, passei na minha cabeça, joguei dentro da água, eu ajoelhei com muita fé, pelo amor de Deus, nossa senhora, meu já, eu não aguento mais passar fome, eu não sei o porquê que eu estou nessa situação, eu não fiz mal pra ninguém, eu fui jogado na rua, fui abandonado pela minha família, eu já apanhei, só não me deixa morrer.

E seguir.

E o quiosque que tinha uma senhora que gostava de mim, ela sempre me doava alguma coisa do outra, era muito longe, era uma caminhada, mas era a minha Esperança, porque ela não, não me tratava com desdém.

Então eu fui lá para ver se sempre tinha alguma coisa, um resto, uma marmita, um troço para mim é dali que foi o primeiro milagre da minha vida.

Essa senhora olhou pra minha cara, ô filho, eu vou, vou falar uma coisa pra ti.

Você sabe fazer faxina?

Ela ficou tão impressionada com a faxina que eu fiz, com com tudo limpo, brilhando.

Ela falou, não, não posso desperdiçar isso, nem eu nem meus amigos.

Daí corrija direto para uma pousadinha fui tomar um banho que eu banho de chuveiro, dormir numa cama, comprei um prastor barba, eu virei gente.

Foi a minha primeira profissão faxineiro.

Devagarzinho comecei a sair da rua, aí aluguei esse combo.

Na época ele era bem baratinho mesmo, era tipo 90 BRL na época, o aluguel desse combo, e era de frente com a casa da mãe de Santo, que também era o terreiro.

Virei vizinho dela, né?

Eu vi ela todo dia de manhã, lavando a calçada dela, jogando água nas plantas.

Aí um dia eu falei assim, o que que é isso?

É uma religião que se chama candomblé, a gente faz festa para os orixás, quando eu dei por mim.

Eu decidi que eu queria que aqui é minha casa, que eu eu nasci pra ser do orixá.

Passou esses anos da minha vida.

Chegou a hora que a solidão começou a me matar na unha.

Ah, mas eu tinha minha família de Santo, mas a minha família de Santo já tá dizendo família de Santo.

Segunda a sexta, trabalho de faxinas, sexta à noite, sábado e domingo, sozinho dentro dos casos, escutando música.

E aquilo começou a me dar uma deprê, comecei a ajoelhar a cabeça dentro de casa, pedindo pro meu Santo, para as minhas entidades, me trazer uma luz da minha vida.

Eu falo que ele também é um milagre, porque ele me salvou, ele me tirou do abismo.

Entra, o meu esposo era o Facebook, ele num grupo de amigos em comum.

Aí eu peguei, mandei uma mensagem do inbox Pra Ele, né, né?

O namorico, né, vamos dizer assim.

Ele respondeu, o Felipe.

Ele entrou na minha vida como se fosse um furacão de Garça.

Eu.

Ele fez eu voltar a ser um ser humano digno de novo.

Eu vi que eu tinha alguém para almoçar no domingo, para passear no shopping, para tomar um suco no parque.

15 dias depois eu falei para ele e falei assim, vamos morar junto.

Ele pegou e falou vamos.

Eu falei assim, gente, é mais doido que eu, né?

Ele pegou, chegou com a mochila, com uma mochila e falou, eu vim morar com você, falei, você está falando Sério?

Ele falou assim, ué, você não falou que é pra gente morar junto?

Eu falei, eu falei, é, ele falou assim, tá bom, tá?

Vamos morar junto, mas a gente conseguiu alugar um espaço no bairro rural daqui da cidade, que foi aonde a gente construiu o nosso primeiro terreiro de candomblé, e assim nasceu o pai Rodrigo de oyá.

Maria Padilha também faz parte do acho que de mais um milagre da minha vida, que é a nossa filha.

Maria Padilha, da 7 cruzilhada a pombogira do babaca querê virou e falou assim, vocês cresceram muito, vocês prosperaram muito, vocês se tornaram 2 grandes pais religiosos.

Agora está na hora de vocês ter a raiz da vida de vocês.

A gente não entendeu nada.

Eu falei, sabe o que eu estou falando?

Elas vão dar um grande presente eterno pra vida de vocês.

Foi a surpresa mais maravilhosa da nossa vida, que é a nossa filha, que em homenagem a Padilha eu dei o nome a ela.

De Maria Padilha, que é o nome dela, apareceu a oportunidade judicialmente falando dia da adoção da nossa filha.

Foi tudo muito rápido, fomos conhecer Maria já no hospital.

De lá ela já vem em nossos braços e dia 25, agora de julho, ela completa 3 anos.

Então você ter uma família é o grande alicerce da vida.

Então eu tenho esse alicerce.

Eu tenho minha esposa, tenho minha filha, tenho minha sogra, tenho meus filhos do Santo.

Ontem eu não tinha nada, ontem eu tinha, só tinha OA brisa que batia no meu rosto.

Hoje eu tenho tudo.

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