Episode Description
A ciência começa sempre por uma pergunta.
Vida eterna: Podemos reverter o envelhecimento?
Porquê? Como? Para quê? Podem escolher a melhor.
Perguntas que parecem simples, mas que abrem mundos inteiros de investigação. Maria Manuel Mota gosta de lembrar que a boa ciência nasce assim: não de respostas imediatas, mas da capacidade de formular perguntas certas, no momento certo, com os olhos bem abertos para o que ainda não sabemos.
É a partir desta ideia que nasce o GIMM Fest, um novo encontro internacional em Lisboa que, na sua primeira edição, é dedicado ao envelhecimento e à longevidade. Durante três dias, especialistas de todo o mundo juntaram-se para discutir um tema que nos toca a todos: como vivemos mais tempo e melhor. Em Portugal, a esperança média de vida subiu de 60 anos, nos anos 70, para mais de 80 hoje. Não tarda e estamos nos 90, ou 100.
Mas a questão já não é somente quantos anos acrescentamos à vida. É como garantir que esses anos são vividos com saúde, qualidade e propósito.
Dirigir um festival científico é apenas uma pequena parte do que Maria Manuel Mota faz. Todos os dias lidera uma comunidade de mais de 500 cientistas na Fundação GIMM, instituição criada a partir da fusão do Instituto de Medicina Molecular com o Instituto Gulbenkian de Ciência. O seu trabalho é recrutar talento, abrir espaço para novas ideias e garantir que cada investigador tem as condições necessárias para formular as suas perguntas e procurar respostas. Um retrato de liderança que junta ciência de ponta e gestão humana, num ambiente onde a colaboração conta tanto como a competição.
Mas Maria Manuel Mota é, antes de tudo, investigadora. O seu nome está associado ao estudo da malária, uma doença que continua a matar centenas de milhares de pessoas todos os anos. Passou por Londres e por Nova Iorque, trabalhou com alguns dos nomes maiores da biologia do parasita Plasmodium e ajudou a desvendar como este organismo microscópico invade o fígado humano e se espalha pelo sangue.
Nesta conversa ouvi Maria Manuel Mota falar da importância da intuição e até do acaso na investigação, sem nunca perder o rigor científico. Ouvimos histórias de como uma descoberta pode nascer de um detalhe esquecido ou de uma conversa inesperada. E percebemos como o trabalho de laboratório se cruza com temas que dizem respeito a todos: envelhecer, viver mais tempo, viver melhor.
Tópicos falados
00:12 Abertura — Perguntas, respostas e o espaço entre
Boas-vindas e missão do Pergunta Simples: comunicar melhor através de boas perguntas.
00:29 Quem é a convidada e o GIMM
Apresentação da cientista e do centro com +500 investigadores em Lisboa.
01:29 GIMM Festival: envelhecimento e longevidade
O que é o festival, por que começa neste tema e o foco em viver mais e melhor.
02:14 Liderar 500 cientistas
Recrutar talento, criar cultura de colaboração e dar condições para investigar.
02:54 Malária em foco
Percurso internacional, o Plasmodium e o fígado como palco da infeção.
03:09 Intuição, acaso e rigor
Como detalhes e conversas inesperadas disparam descobertas científicas sólidas.
15:46 Mentores e o “velcro” das celulas na viagem até ao fígado
A influência de Victor Nussenzweig e a experiência que explicou a viagem do Plasmodium até ao fígado.
23:24 Perfuração celular: do filme à prova
Do registo em vídeo à demonstração de que o parasita perfura células para chegar ao fígado.
30:21 Como funciona o Fest (cientistas → público)
Dois dias à porta fechada, síntese para a sociedade e perguntas-chave para orientar a investigação.
35:26 Propósito, liderança e perguntas finais
Viver com sentido, desafios de género na ciência e questões em aberto (inclui memória imunitária).
0:12
Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação.
As férias deverão acabaram e estamos de volta para uma nova série de programas, sempre à volta das perguntas e das respostas e de tudo aquilo que está no meio delas, entre as perguntas e as respostas hoje.
0:29
Ouvimos uma cientista que agora dirige um dos maiores centros de investigação portugueses, o gime.
São mais de 500 cientistas em busca de respostas, ora dos grandes problemas fundamentais, ora daqueles pequenos problemas que todos nós padecemos todos os dias.
0:44
É hora de conhecer as perguntas, as grandes perguntas e as pequenas perguntas.
E as perguntas que os cientistas fazem lá entre eles, chamam lhe.
Hipóteses a ciência começa sempre por uma pergunta, porquê compra quê?
1:09
Podem escolher a melhor.
Perguntas que parecem símbolos, mas que abrem mundos inteiros de investigação.
Maria Manuel Mota gosta de lembrar que a boa ciência nasce assim, não de respostas imediatas, mas da capacidade de formular as perguntas certas no momento certo, com os olhos bem abertos para o que ainda não sabemos.
1:29
É a partir desta ideia que nasce o gimfest.
É um novo encontro Internacional em Lisboa, esta semana, que na sua primeira edição é dedicado ao envelhecimento.
E à longevidade.
Durante 3 dias, especialistas de todo o mundo juntam se para discutir um tema que nos toca a todos, como vivemos mais tempo e melhor em Portugal, a Esperança média de vida subiu rapidamente dos 60 para os 70 anos.
1:53
Agora mais de 80.
E não tarda, estamos nos 90 ou 100 anos.
Mas a questão já não é só.
Quantos anos acrescentamos à vida?
É como garantir que esses anos são vividos com saúde, qualidade e propósito.
Criar e dirigir a um festival científico é apenas uma pequena parte do trabalho que Maria Manuel Mota tem de realizar.
2:14
Todos os dias, ela lidera uma comunidade de mais de 500 cientistas na fundação guin, uma instituição criada a partir da fusão do instituto de medicina molecular com o instituto gulbenkian de ciência.
O seu trabalho é recrutar talento, abrir espaço para ideias novas e garantir que cada investigador tem as condições necessárias para formular as suas perguntas e procurar respostas.
2:35
Um retrato da liderança que junta ciência de ponta e gestão humana num ambiente onde a colaboração conta tanto como a competição.
Mas.
Maria Manuel Mota é, antes de tudo, uma investigadora e o seu nome está associado ao estudo da malária, uma doença que continua a matar centenas de milhares de pessoas todos os anos em todo o mundo.
2:54
Passou por Londres, passou por Nova Iorque, trabalhou com alguns dos nomes maiores da biologia do parasita Plasmodium e ajudou a desvendar como este organismo microscópico invade o nosso corpo, chega ao nosso fígado e se espalha pelo sangue.
3:09
Ouvia falar da importância da intuição e até do acaso na investigação.
Sem nunca perder o rigor científico, ouvimos histórias de como uma descoberta pode nascer de um detalhe esquecido ou até de uma conversa inesperada.
E como percebemos como o trabalho de laboratório se cruza com os temas que dizem respeito a todos, envelhecer, viver mais tempo, viver melhor.
3:35
Maria Manuel Mota, cientista.
Hum, Hum, chega para te apresentar.
Claro que sim.
Bióloga na vida, na vida real, agora até mais administradora de cientistas.
Ou eu tenho 11.
Ideia errada.
O que é que tu?
O que é que tu fazes hoje em dia?
Ainda estás lá nos nos nos tubos de ensaio e nos microscópios e.
3:52
Nas grandes impostos ou não, já não faço eu as experiências, mas ainda tenho uma equipa que trabalha diretamente comigo, que faz experiências sobre a área que estamos interessados, que é a malária e o Plasmodium, que é o parasita que causa malária.
E portanto, eu ainda me considero que digamos o que eu sou, eu sou cientista, porque cientista é uma forma de estar e portanto, que eu sou sou cientista, tenho.
4:15
Esta equipa, mesmo antes de de ser, digamos, a administradora da da fundação gimmy EE, ser CEO ou como agora lhe queiram chamar diretor ou o que quiserem.
Eu já não fazia eu própria as minhas experiências, mas tenho uma equipa que ou no qual eu converso.
4:34
Discutimos o que experiências têm que ser feitas quando os resultados surgem, discutimos os resultados que surgiram e, portanto, somos uma equipa que trabalha em conjunto para resolver questões sobre o parasita da malária.
Dizendo isto, é verdade que desde que a fundação game foi criada e eu fiquei à frente, o tempo é menor para a ciência e, portanto, tem uma parte de criação de uma nova instituição que o.
5:02
Que é que é o game para as pessoas que não sabem, porque é 11, instituição muito nova.
Que muito nova, ainda não tenho um ano sequer mesmo ou de operação.
É uma nova fundação, portanto, chama se fundação gim, e o gim vem do inglês, o gulbenkian Institute for molecular Medicine.
5:20
E apesar de ser uma instituição muito nova, tem 11 lado muito antigo, porque no fundo criou se foi uma.
É uma instituição nova, criada do do zero.
Mas sobre o legado do instituto de medicina molecular e o instituto de gulbenkian de ciência, o instituto de gulbenkian de ciência, para os que nos ouvem é é o instituto.
5:41
Mais antigos de investigação do país, foi criado em 1961.
Então vale a pergunta, porque é que 2 institutos que têm tradição de investigação em Portugal, nomeadamente o instituto gulbenkian, se decidem juntar e criar 1 MB, 1 MB?
Estrutura não estamos no tempo de fazer coisas mais ágeis e ligeiras?
5:59
Claro, sem dúvida.
Mas nós não somos 1 MB estrutura.
A fundação que não é 1 MB estrutura, não foi para criar 1 MB estrutura.
Foi para criar uma estrutura diferente, extremamente ágil, ou seja, muito mais ágil.
Esperamos nós de que as 2 estruturas anteriores, porque as estruturas em si, quando começam a ter um certo tempo, et cetera, começam obviamente também a sofrer de estagnação dos vícios do meio da outra e, portanto, isto foi, digamos, um refrescar a razão porque as 2 se juntaram, podia se ter refrescado as 2, obviamente, e não era preciso haver a fusão.
6:33
A razão porque se fundiram as 2 é porque os fundadores do uma e da outra.
A fundação calouste gulbenkian, por um lado, e por outro lado, os fundadores da do instituto de medicina molecular, que eram a universidade de Lisboa, a faculdade de medicina, o hospital de Santa Maria, et cetera, acharam que podia se criar algo novo, que é mais do que a soma das partes.
6:52
O objetivo foi me sempre dito, o objetivo aqui é ser criar algo que seja mais do que apenas a soma das partes.
Estão lá 500 cientistas, o que significa que numa reunião geral aquilo deve ser mais difícil que uma.
De uma gestão, de uma reunião de condomínio ou não?
Os cientistas são fáceis quando toca a gerir alguma coisa.
7:11
Cada um sabe de si, nas suas investigações, seguramente, e todos juntos funcionam como uma comunidade.
Eu acho que ainda vai demorar algum tempo para todos funcionarmos como uma cultura game para já.
Nós tínhamos uma cultura MM, tínhamos uma cultura IGCE.
7:28
Agora, claro que é preciso tempo para criar uma cultura game.
Se tenho que dizer que este fim de semana recebi assim um daqueles e mails que às vezes.
Porque muitas vezes todos nós na vida, não é quando às vezes a vida está mais louca e estamos a trabalhar imensas horas por dia.
E pensei, mas porque é que eu me meti nisto?
7:44
Porque é que eu não não me ando, estive a fazer aquilo que eu fazia OK, que fazia bem, estava OK, estava bem na vida isto e aquilo.
Porque é que eu me meti a fazer isto?
EE.
A tua resposta é.
EE, quando surge um e-mail destes?
Exatamente.
Mas quando surge um e-mail destes, eu penso, uau, isto é mesmo aquilo que nós queremos dizer?
8:00
Nós somos um dos nossos investigadores.
Que se candidatou a um grande projeto, portanto ainda só ainda só fez a candidatura a um grande projeto europeu e acabou a candidatura e escreveu um e-mail a todos os colegas que o ajudaram.
E eu participei como cientista, não como diretora do gim, mas como cientista.
8:19
E no final ele escreveu, pá, eu tenho que agradecer a todos, porque obviamente todos ajudaram e éramos 4 ou 5 lá.
Não é cientistas que que o tinham ajudado e todos me ajudaram.
E isto não tinha mesmo sido possível mesmo eu ter entregue no tempo que fiz, com a qualidade que fiz, com a complexidade que tem este projeto, sem a vossa ajuda.
8:38
E ele diz, isto reflete 2 pontos.
Primeiro, porque se fazer ciência agora não é a mesma coisa que fazer ciência há 10 ou 20 anos.
A tecnologia é muito maior, há muito mais, multidisciplinaridade muito e, portanto, nós precisamos de um corpo maior e mais do que um só para conseguir escrever 11 projeto daquele nível, com aquela complexidade.
8:58
Mas, por outro lado, isto ele disse mesmo usou a expressão porque estava a escrever em inglês, tornou se a Crystal clear para mim ficou claro de que.
O facto é que nós todos estamos juntos aqui no IMA a ajudar uns aos outros.
9:14
O é OOA base.
O que nós temos aqui é que as pessoas acham mesmo que é importante contribuirmos todos para um projeto maior.
E ele disse, espero que nós.
Mantinhamos isso e eu respondo a dizer, eu tenho que dizer que isto deu me um sorriso enorme de orelha a orelha.
9:32
Pensei assim, olha, quando às vezes tens dúvidas, vais pôr este aqui, este e-mail aqui, para de vez em quando ver, ver vires aqui, ler este e-mail.
Mas é algo que é isso que nós queremos fazer o mundo.
É feito.
Nós temos sempre a ideia da evolução, evoluírem os melhores, isto e aquilo, sim.
9:48
Mas é feito de colaboração, é feito das pessoas colaborarem e termos uma massa crítica que se ajuda uns aos outros.
E é essa a cultura que nós queremos que o guim tenha.
Então, e aquela ideia do cientista, do momento eureka, do momento em que há um vislumbre desse futuro que será melhor, já não existe assim como imaginamos.
10:06
Claro que existe, porque.
Esse é o momento, mas esse momento normalmente não surge sozinho.
Esse momento acompanhado, mas sempre surgiu muitas vezes acompanhado, ou seja, a ideia que nós temos do o cientista sozinho na sua torre de marfim ou no seu laboratório que não fala com ninguém.
10:24
Claro que existem essas pessoas e continuam a existir, pessoas que são muito mais para ver para si e et cetera, mas como tudo, e agora está muito obviamente em voga dizermos isto, mas eu não quero que estejam clichê.
Mas como tudo há diversidade, há uns que são muito nerds, vivem para si, vivem aquele, depois há outros que adoram.
10:42
Conversar e adoram colaborar, et cetera.
Mas muitas vezes, mesmo aqueles que são nerds, no momento em que conseguem, às vezes conversar com outra pessoa, traz lhes as melhores ideias.
Por isso é que, por exemplo, nós temos todas as semanas, todas as semanas à sexta-feira.
Vem um investigador que não é do game.
10:59
Um investigador do mundo inteiro.
Pode vir dos Estados Unidos, da Austrália, do Japão, da China, do Brasil.
De onde que nós convidamos para vir cá e fazemos esse esforço?
Porque é um esforço primeiro para a pessoa que vem falar connosco, mas nós e também um esforço da instituição financeiro e nós fazíamos isso para a pessoa.
11:18
Não é só dar um seminário, tem um almoço com os alunos, conversa com vários grupo líderes e vários grupos de pessoas dentro da instituição.
Porquê dessas conversas que surgem novas ideias de pessoas que nós estamos a ouvir e que não tem nada a ver com aquilo que pensamos até agora e simplesmente dizer, uau, isto, posso fazer esta ligação?
11:38
Ser cientista também é fazer ligações.
E esse momento toureka que que estavas a falar este momento de nós simplesmente, às vezes está lá tudo à nossa frente.
E nós não vimos.
Eu nunca mais me esqueci.
Em 2017, eu estava a escrever um artigo sobre 11, projeto que demorou mais do que 5 ou 6 anos, e nós simplesmente sempre com a mesma pessoa, a mesma pós DOC, a fazer aquilo que é uma pessoa que agora é líder de um grupo nu em distrito de Paço de em Paris.
12:06
Mas ela está a fazer.
Ela é uma pessoa inteligentíssima e estava a trabalhar naquilo.
Quando começamos a fazer, não, não tínhamos a mínima ideia que IA no sentido que acabou por ser.
Mas o incrível é que quando eu estava a escrever o artigo OK, olhamos para a segunda experiência que ela tinha feito e nós tínhamos tido a resposta para os 6 anos todos que estivemos a trabalhar e nós, naquele momento, não vemos aquilo.
12:29
Porque estávamos demasiado concentrados.
Estávamos demasiado a pensar noutra área.
Nós, nós começamos aquele projeto a pensar noutra área e, de repente, ainda não.
O nosso cérebro ainda não estava preparado para ver aquilo que estava à frente dos nossos olhos.
Então isso pode ser uma doce anarquia.
12:45
Nós pensarmos em responder a um determinado problema e às tantas acertarmos noutro alvo completamente diferente.
Mas isso é constantemente isso é constantemente.
Feliz ou preocupado?
Não, porque eu acho que isso isso é exatamente o que nós dizemos, que os cientistas têm que ter Liberdade.
13:01
E quando agora se discute muito se a investigação tem que ser aplicada para resolver um problema ou tem que ser fundamental, sim, a pessoa ter qualquer noção do que é que vai descobrir.
Isto, na verdade, nós temos que ter os 2 + 1 vez.
Tem que ser diversidade.
13:17
Nós temos que ter um corpo enorme de pessoas que não sabe, têm perguntas em pergunta.
É sempre o mais importante.
Como é que se faz uma boa pergunta?
Para isso, é.
Que como é que tu fazes perguntas?
É baseado numa observação e eu fui treinada para fazer perguntas e cada vez melhor, por isso é que vão estar em boas escolas e estar em boas escolas científicas que nos ensinam a fazer boas.
13:39
Perguntas o que é que é uma boa pergunta?
Uma boa pergunta é uma pergunta que tem noção de como é que pode ser respondida.
É baseada em algo que não se sabe.
É baseado numa observação e que a pessoa não percebe o que é que aquela observação significa.
Consegue perceber, consegue ver o background e dizer ainda não há.
13:57
Não há resposta para ela, portanto, é uma boa pergunta.
Porque fazer uma pergunta a dizer assim, olha, porque é que o Jorge quis vestir esta camisa?
Não é uma pergunta assim, pode ser uma pergunta interessante para os teus amigos, para tentarem perceber se tu estás bem disposto ou não quando vens para o jantar ou não, ou vens para o jantar.
14:13
OK, mas na verdade não é muito novo, porque tu sabes às vezes porque é que ou vestiste essa camisa de manhã, OK?
Pode ter sido uma mera aleatoriedade, é.
Pode ser se conhecerem, provavelmente.
Sabem isso.
O que eu estou a dizer é que uma boa pergunta é aquela que.
Está a fazer algo que nós ainda não conhecemos.
14:29
Está a fazer uma pergunta sobre algo que nós realmente ainda não conhecemos.
Não é apenas aquela pessoa ainda não conhece.
É realmente o mundo ainda não expôs uma resposta plausível, uma resposta satisfatória para aquela pergunta.
Então, e se a pergunta for?
Demasiado grande.
14:45
Isto não é uma boa pergunta, ou seja, aquela pergunta, a pergunta é demasiado grande.
Tem que ser dividida em perguntas que eu tenho tecnologicamente capacidade para a poder responder.
Se eu fizer, claro que eu posso fazer a mesma pergunta, a mesma pergunta que estou a fazer agora.
15:03
Imagino que pessoas.
Quando descobriram o parasita da malária no na transição do século 19 para o século 20, fizeram as mesmas perguntas, mas não as conseguiram responder.
Não havia tecnologia.
Não havia tecnologia, não tiveram a capacidade de responder, mas tinham mesmas perguntas, mas tiveram que ir fazer outro tipo de perguntas para as quais a tecnologia estava lá.
15:20
E isto foi avançando até chegar ao meu ponto, em que eu agora consigo fazer perguntas que eles até já puderam ter feito, mas não tinham capacidade em responder.
Então, onde é que entra a tua intuição, a intuição dos cientistas, a perceção?
Desse limite onde a tecnologia, a capacidade de sonhar, a pergunta, de imaginar que a resposta pode haver, no fundo não te autolimitares para poder fazer a pergunta.
15:46
Eu acho que nunca te deves autolimitar acho que a autolimitação é um problema enorme, ou seja.
Quer dizer que ele existe?
Tens que sonhar com os pés na Terra, mas não tens que estar apenas na Terra.
Tens mesmo que conseguir voar.
Portanto, eu acho que isto é algo que é algo que vais aprendendo com o tempo e eu não percebo o suficiente de neurociências para poder dizer onde é que está a intuição versus o mas a intuição também é algo que é baseado no conhecimento.
16:13
Ou seja, eu eu conto muitas vezes esta história, OK?
Que é uma história que se passou comigo.
Eu há muitos anos atrás cheguei AA Nova Iorque EE, IA fazer 11 projeto, estava a fazer um projeto dentro de um laboratório.
16:30
Era uma ótima escola para quem queria estudar malária.
Eu estava a trabalhar com o Victor n sensweig, que faleceu a semana passada.
Com 97 anos e eu fui trabalhar com ele.
Ele já tinha mais de 70 anos e era uma pessoa incrível a fazer uma história.
Ele e a mulher, a Ruth nussenzweig, que trabalhava noutro laboratório diferente.
16:48
Mas eles ambos eram como investigadores no século 20.
Foram provavelmente os investigadores mais famosos do século 20.
Tenho curiosidade, o que é que?
O que é que faz deste homem, além do seu poder e da sua capacidade científica?
O que é que te fez deste homem ser tão fascinante para ti?
Porque ele foi o primeiro em muitos aspectos.
17:07
Foi o primeiro a descobrir porque é que o parasita parava no fígado.
E com uma experiência tão simples, o parasita da malária é transmitido por um mosquito.
Mas para causar malária tem que infetar as salas do nosso sangue, mas evolutivamente.
17:24
Ele não vai primeiro para o sangue porque ele não tem uma forma capaz de infetar os os glóbulos vermelhos do nosso sangue.
Inicialmente, como é que eles se?
Mexe.
Como é que ele se mexe?
Então ele é é colocado no sangue ou encontra o sangue, mas rapidamente tem que ir para o fígado, se os que não encontraram fígado.
Fígado já estão mortos, já foram à vida os que encontraram fígado infetam uma célula hepática e simplesmente desenvolvem se em milhares de trasitas agora e estes com capacidade de infetar as células vermelhas, nosso sangue e causa malária.
17:50
Mas o que as pessoas não percebiam é porque é que ele para no fígado.
Quer dizer, ele entra em circulação, podia parar em qualquer sítio.
Ele fez uma experiência tão simples como foi o primeiro a conseguir produzir a proteína que rodeia o parasita, que no fundo faz um casaco à volta do parasita.
18:06
Ele conseguiu a produzir de uma forma que nós chamamos recombinante de uma forma, digamos, in vitro.
Cá fora, sem o parasita e injetou quantidades brutais desse desse, dessa proteína num num animal.
Num Ratinho e o que é que encontrou?
18:22
É que a proteína toda parada no fígado era essa proteína que simplesmente era como um velcro.
E está uma molécula no nosso fígado que funciona como um velcro para essa proteína e a proteína para todo o lado.
E, portanto, O Presente é como está coberto ali, ele fica ali parado e obviamente é ali que ele vai infetar e, portanto, ele fez isto.
18:40
Estas primeiras vezes, muitas vezes, e ele fez a primeira proteína recombinante colunnou o primeiro género do parasita da malária, formou o primeiro anticorpo pulmonocolonal contra 11 proteína do do parasita da malária, fez o primeiro transgénico.
O primeiro parasita mutante de malária foi ele e, portanto, ao longo da vida ele reinventou se porque ele era um imunologista, de repente transformou se numa veio do sistema imune para trabalhar num parasita, tornou se.
19:10
Um só 11 biólogo celular e de um biólogo celular tornou se um biólogo molecular e, portanto, sempre com uma perspetiva de entender algo que obviamente o afligia, como é que este organismo invade, como é que entra dentro de nós, et cetera.
19:26
Isso é o que faz 11 cientista fascinante.
O que é Que Fora a ciência?
E tu também és uma especialista em em malária.
Da maneira como ele pensava, o que é que tu aprendeste com ele?
O que eu aprendi com ele foi foi algo muito simples.
Primeiro, para mim foi uma aprendizagem quase pessoal.
19:44
Eu tinha acabado de sair de de Portugal e fui trabalhar para Londres para fazer o meu doutoramento e fui para um departamento muito clássico de parasitologia já de trabalhar em malária.
Mas era tudo muito contido, era próprio de ser em inglês.
Define o contido é.
19:59
É tipo, eu podia ter contido para para mim, OK, portanto, mas eu podia ter 11.
Ótimo resultado que tive alguns bons resultados.
Ou estar a trabalhar há 8 ou 9 meses num artefacto completo que descobri que passado 8 ou 9 meses, estava a trabalhar num artefacto completo que não tinha nada a ver com aquilo que eu queria fazer e nem nem dava para perceber o que é que eu tinha estado a fazer, porque às vezes o caminho.
20:24
Estamos em erro e nós, numa bifurcação, tomamos AA decisão errada e fomos por um caminho e 89 meses e a reação do meu supervisor, do meu chefe, foi exatamente a mesma, um bom resultado daquele Ah, pronto, é, a vida continua e eu para mim aquilo pensei bem, mas é isto que é ser sentir, isto é ser Sério e portanto, há um certo rigor, obviamente EE, portanto não podemos ficar nem demasiado entusiasmados, nem demasiado tristes.
20:48
Há um bocadinho de tempo de estar nesta nesta, quando cheguei a Nova Iorque, o Vítor.
Que tinha 7172 anos, na altura dava pulos de Alegria.
Uma grande frescura intelectual, EE.
Estava eu, eu dava uma coisa qualquer que era só um resultadinho a iniciar, dizia, pá, mas isto às tantas vai estar certo e não sei quê.
21:07
E ele saltava da cadeira da pulos, Maria, que maravilha, que fantástica, não sei quê.
E eu pensava, uau, há pessoas assim, há pessoas mais entusiasmadas do que eu, eu posso ser assim.
Portanto, sob o ponto de vista pessoal, foi algo incrível.
Deu me também algo, porque às vezes, com os nossos mentores, temos que aprender o que queremos fazer e o que não queremos fazer.
21:27
Ele era uma pessoa extremamente ambiciosa e não se inibia de dizer que se visse uma boa ideia e soubesse que alguém estava a fazer, que podia trabalhar nela.
E para mim isso era uma Barreira que eu soube como ser humano, que eu não iria passar isso, ou seja, eu tenho uma Barreira clara que eu quero fazer aquilo.
21:45
Pois é o que os meus colegas não estão a fazer, não vou competir desalmadamente ou mas quando?
Dizes uma boa ideia ali ao lado?
Não, às vezes não diz assim, Ah, que diabo adorava ter ter.
Adorava.
Ter tido aquela ideia, mas a pessoa já começou antes de mim, é vida a haverá outras.
Ao acaso é nesta coisa da ciência, o acaso conta AAA possibilidade de de acertarmos Na Na, na coisa certa, sem sem sequer estar a olhar para lá.
22:11
Sem dúvida, eu eu estava pouco a contar quando eu estava em Nova Iorque.
Cheguei a Nova Iorque, comecei a trabalhar num projeto, mas 4 meses depois convidaram me para dar aulas na faculdade de medicina.
Lá EE havia um professor que era o professor Vander vanderberg, Jerome vanderberg e o Cherry era um tipo muito era mesmo.
22:34
Ele só dava as aulas teóricas e só as aulas teóricas especiais.
E ele era um tipo mesmo inspirador para os alunos, ele dizia.
É isto, só alunos medicinana é no IU, ninguém quer saber de doenças infecciosas e menos menos de uma doença de doenças.
Nós dávamos o curso de parasitologia, não é?
22:49
E portanto, ninguém quer saber isto.
Eles todos querem ser heart surjens ou Hi surjens onde vão fazer dinheiro a isto, portanto, ou nós lhes contamos a história da carochinha da mirabolante, ou eles nunca vão ganhar interesse.
Então eles ele tinha umas aulas espetaculares.
E uma vez chamou me quando me convidou para dar aulas e começou.
23:07
Ele era uma pessoa muito entusiasmada, como estudou me a mostrar coisas que tinha feito como cientista, já é um tipo muito mais velho também, com mais de 70 anos na altura.
E começou me a contar coisas que fazia que tinha feito 1015, 20 anos, pá.
E mostrou me um filme que era o parasita da malária, a interagir com uma célula do nosso fígado, que é onde o parasita pára.
23:24
EE, nós sabemos que entra na célula e se multiplica em milhares de parasitas, mas simplesmente este parasita 5060 segundos depois sai.
Do chá da célula.
E eu, quando vi aquilo, disse assim, Oh, professor vanderberg, na altura onde lhe chamava professor Vander, este presenta saiu e ele, Ah, isso vi sempre.
23:42
Mas toda a gente acha que isso é um artefacto do in vitro, porque essas células estão fora do coisa.
Isto não deve acontecer na realidade.
Eu pensei, aquilo é pá, parece que fura mesmo.
AA membrana plosmática a célula tem obviamente 111 membrana, não é algo que tudo que está lá dentro está contido, não é?
23:57
EE se devia ser líquido a sair quando parasito a sair eu pensei, mas até parece que rebenta esta sala sobrevive, não sobrevive.
Eu disse, Oh pá isto não eu uma vez ainda tentei publicar isto, depois disseram me que era um artefacto isto e aquele conto e aquilo ficou por ali, iria ficar por ali eu fiquei a pensar naquilo, não, eu não estava sozinha a falar com eles estavam mais 2 colegas estão a ver e iria ficar por ali.
24:18
No dia seguinte, OK, por uma coincidência, eu estou a entrar no meu prédio.
E o meu prédio.
Toda a gente que vivia no meu prédio era pessoas que trabalhavam na New York University, OK?
Eu estava a entrar no meu prédio, entrei no elevador e a pessoa que está lá dentro eu já tinha visto no departamento de parasitologia, era a pessoa nova, tinha vindo começar um novo, novo laboratório e estava há 1 mês lá com a coisa, mas estava cabisbaixa.
24:42
Eu não diria a chorar, mas estava, obviamente.
Incomodada, havia uma triste, estava triste, havia ali qualquer coisa e eu debati me muito enquanto elevador subiu, eu debati me muito se lhe perguntava alguma coisa ou não, porque obviamente eu nunca tinha cumprimentado aquela pessoa.
EE, eu tinha uma educação portuguesa que achava que devia ajudar, mas também tinha uma educação inglesa.
25:01
Fui com 2122 anos para Inglaterra e, portanto, obviamente tinha aquela educação.
Ninguém se interfere na vida de uns dos outros, não é?
Não tenho nada que perguntar o que é que tem, o que é que deixa de ter?
E portanto, estava ali naquele dilema, o eu abriu se Oo elevador para eu sair, porque eu IA sair, ela IA nos andares mais acima e quando eu estava a sair, a porta IA a fechar e eu só meti assim, o pé disse, lhe assim, olha, eu vivo no apartamental, se precisares de conversar, toca a bota a porta, OK, pronto.
25:29
Pensei assim, não é interferir muito, porque se ela não quiser dizer nada, não diz não é pronto.
E ela abriu a porta do elevador, carregou no portanto, disse assim é pá por acaso, eu adorava conversar, achas que podíamos ir tomar um café lá em baixo e tal?
Já não subimos ou subimos e depois voltamos a descer, descemos e fomos tomar o café é pá.
25:46
E ela estava danada, porque a Rute no senzbike era a diretora do departamento e eu trabalhava no laboratório do Victor, no senzbike, que não estava dentro do departamento de patologia.
Estava dentro do departamento de patologia, num outro edifício, sem corroas de diferença.
E ela estava ali e estava danada, porque a Rute tinha a contratado, mas a Rute era considerada por ser uma pessoa muito feroz, muita e portanto ela queria trabalhar num outro parasita tripanosoma.
26:08
Mas a Rute agora veio dizer assim não, enquanto tu olhas no meu departamento, trabalhas em plasmodia e molar e eu não quero te trabalhar em tripanosoma.
E a Ana disse, é pá, ficou completamente enganada.
Quer dizer, depois seu recrutamento eu tenho um conceito para trabalhar em tripanozoma e ela diz que me deixa trabalhar em tripanozoma desde que eu faça um projeto em plasmodia.
E eu disse lhe assim, então, mas o que é que tu estavas interessada?
26:26
Em trabalhar em triponozoma e eu estou interessada porque a triponozoma provoca buracos na membrana da célula que que que simplesmente infeta faz o que se chama célula hounding, que é cicatrização celular.
Ele faz um buraco na célula e depois entra e depois faz a cicatrização celular.
26:44
Pá.
E quando ela me disse aquilo, eu disse assim, olha, sabes que eu acho que o plasmato também deve fazer uma coisa qualquer destas deste nível, Ah, não, o plasmato não faz.
Eu disse, olha, eu ontem vi um filme Jerome vanderberg sobre isto, então conversamos sobre isto e o que é que puder.
No dia seguinte eu fui ao Jerome vanderberg e pedir lhe para eu ir à Ana vermos isto era a Ana Rodrigues, esta esta pessoa estou a.
27:03
Ver o filme outra vez, vou.
Vermos o filme outra vez?
E ela disse, Maria, tens toda razão.
Ele está a abrir um buraco nestas salas. 3 anos depois estávamos a publicar um paper, nascem a mostrar que o plus Modi usa isto e usa isto porque senão quando o mosquito de pica quando o mosquito de pica, ele simplesmente realmente nunca se tinha pensado sobre isto.
27:20
O mosquito não encontra o vaso sanguíneo para tirar o sangue, ele provoca uma hemorragia, mas o preseta e ele deposita preseta se estiver infetado lá, mas o preseta fica perdido, não está em circulação.
O preseta tem que ter esta capacidade de furar células para encontrar um vaso sanguíneo e ir até ao fígado.
Mais quando chega o fígado tem que ter esta capacidade de perfurar células e chegar ao outro lado.
27:37
Lá está a biologia AA funcionar.
Olha aquilo que me fascinou e que foi o pretexto, de resto, para para esta nossa conversa é é que eu descobri que o gime agora nesta nesta semana, quinta, sexta e sábado, organizou 111.
Evento que não quero exagerar, mas eu acho que a promessa dos cientistas só pode ser encontrar o elixir da vida eterna.
27:59
É o mínimo que eu posso esperar.
Não acho que não deve esperar isso, eu acho que, como cientistas, vamos ser muito correto já.
Claro que nós trabalhamos para descobrir grandes, para fazer grandes descobertas e para.
E é assim.
E obviamente, a ciência já nos deu muito AA ciência e a medicina já nos deu muitos, muitos anos de vida.
28:18
Tem.
Esticado.
Muito esticado e vai.
Esticar até hoje a.
Esperança média de vida era 60 anos em Portugal nos anos 70 e agora em 81.
Quer dizer, nós estamos a falar de algo completamente diferente.
Olha, deixa me dar o contexto.
O evento é um evento para falar do envelhecimento e da longevidade.
28:35
Um misto entre.
Dos cientistas, em que os cientistas lá estarão a discutir as suas coisas.
Quero quero saber exatamente sobre o quê.
E também uma parte de um evento, que é que é público.
O que é que estás à espera de de ouvir deste evento?
O evento é um evento que vai acontecer todos os anos e nem todos os anos vai ser sobre é envelhecimento e longevidade.
28:53
Mas isto é bom, é este tema, é ótimo e nós achamos que era o tema certo para começar, porque o game o que é que lida?
Lida com a vida.
E nós, assim que nascemos, começamos a envelhecer.
E o que queremos é envelhecer o mais lentamente possível e viver.
Com melhor qualidade de vida o maior tempo possível.
29:09
Portanto, o evento é sobrevida e é isso que nós queremos trazer.
Como é que tu?
Lidas com o teu envelhecimento já agora tem essa curiosidade?
AI, eu acho.
Nós somos os 2 de 1970 e.
Um é assim, eu acho que o lido razoavelmente bem.
Quer dizer, acho que devem pessoas que lhe dão melhor, outros que lhe dão pior.
29:28
E, por exemplo, não tive problemas de assumir os cabelos brancos, mais ou menos.
Já tive ali dúvidas depois de ter os cabelos, mas disse assim.
Porque a primeira vez que me trataram por senhora no norte, eu vou ao norte.
E isso eu sou sempre menina.
E de repente já sou senhora.
E pensei, OK, isto aqui é uns cabelos brancos, porque foi no espaço de meio ano.
29:47
Então toca a pintar os cabelos.
Exato, mas pronto.
Acho que não.
Vamos pintar os cabelos todos, mas acho que lido bem.
Mas o que o que nós queremos neste evento é um evento sobre perguntas, porque como eu estava a dizer há pouco.
Para toda a sociedade, o mais importante são as perguntas.
Claro que nós queremos respostas, mas se nós não fizermos as perguntas certas, nós não vamos ter as boas respostas.
30:05
Então a minha pergunta é, há alguma maneira ou haverá no capítulo da imaginação, uma forma de parar esse relógio biológico e ter essa vida eterna?
Ou a biologia?
Terás que ir ao evento para saber.
30:21
Ou seja, o que nós vamos fazer nos primeiros 2 dias é que vêm experts do mundo inteiro em envelhecimento.
E todos eles o que lhes foi pedido é não só para mostrar resultados, claro que vêm mostrar resultados daquilo que têm, mas para formular no final, quais são as questões que eles acham que nós ainda não temos resposta, mas que são as melhores questões agora, para as quais a tecnologia está lá e nós conseguimos nos próximos anos, começamos a dedicar a elas e a obter respostas para a população.
30:47
E esse é o objetivo.
Temos 2 primeiros dias.
É os cientistas à porta fechada com cientistas do mundo inteiro estarem.
Temos cerca de 1215 oradores, temos mais de 150, 180 participantes e todos eles vão estar a trabalhar à volta destas perguntas no sábado, isto é, quinta e sexta-feira.
31:08
No sábado, nós temos o aberto à população em geral, em que vai haver uma sessão em que nós transmitimos isto.
Ao público, o que descobriram?
O que descobriram?
Portanto, há uma cientista e uma clínica, uma médica e uma cientista que vão traduzir em miúdos aquilo que foi discutido nos 2 dias anteriores e quais foram as conclusões principais a que chegaram, quais são essas perguntas que são realmente importantes.
31:37
E depois há conversas também para o público.
É em geral com outro tipo de de intuito, de saber como é que as pessoas envelhecem, como é que não envelhecem, uma conversa mesmo, muito.
Sobre em termos sociais, portanto, em termos sociais também, o que é que podemos fazer para mitigar alguns problemas do envelhecimento?
31:53
Porque obviamente, a vida e o envelhecimento e a longevidade e a vida que nós levamos tem um lado científico do ponto de vista de solar molecular de nós descobrirmos como é que, como é que estes processos acontecem e como é que nós os podemos atrasar.
32:09
Aliás, uma das perguntas, porque há muitos cientistas que acreditam nisto, não é só atrasá lo, é reverter, há, há cientistas e há evidências científicas.
Que vão ser mostradas aqui, que há alguns cientistas que acham que nós podemos.
Não é só atrasar, é reverter a voltar aos nossos mais jovens, voltarmos aos nossos 20 anos mais jovens.
32:27
Não é de voltar aos 20 anos, mas é tornar nos mais jovens do que somos no dia de hoje, com.
Práticas, fármacos, et cetera.
OK, portanto, há todo este aspeto e isto é controverso como as pessoas imaginam.
Não estamos ali para vender a banha da cobra, ou seja, o objetivo é mesmo os cientistas debaterem.
32:43
Assim nós vemos.
Mas quais são as evidências reais e quais são as perguntas?
Se tu achas que isso é possível, qual é a pergunta que tu fazes agora e qual é a experiência que tu gostarias de fazer para dizer sim, estou certo ou não estou errado?
OKE, portanto, este é no fundo o.
32:59
Objetivo da promessa?
Eu quero conhecer esses cientistas que me dizem que, afinal, isto não é só não só travar.
Pode se mesmo reverter qualquer coisa.
Há.
Há cientistas agora que acreditam nisto alguns deles.
E é, é engraçado que muitas vezes vivem vidas depois que outro dia uma aluna minha estava a dizer está bem?
33:17
Eles dizem que se pode reverter, mas vivem uma vida tão terrível que não fazem nada de interessante nem nada.
Eu prefiro viver menos anos este ano, portanto, está tudo obviamente socialmente, mas também é um aspeto social.
Nós também trazemos AA fundação Francisco Manuel dos Santos, a fundação calouste gulbenkian, na fundação la caixa, que são nossos fundadores, e que vêm também trazer estes pontos para discussão sobre também aspetos sociais do que é envelhecer e o que é viver.
33:42
Olha, eu tenho sempre uma curiosidade quando se juntam cientistas para entre eles, entre vós.
Discutirem coisas de que a complexidade do mundo, se calhar da vida do saber, se tornou insuportável para para o cidadão comum.
E não sei do que é que vocês falam.
33:59
Por não eu.
Mas eu nunca diria isso.
Não, nunca é insuportável.
Nunca é insuportável.
Eu acho que é.
Insuportável, porque eu não compreendo.
Não, não, porque o mas o que é que tu não compreendes o lado social das mudanças?
Quando, quando se entra no túnel da da discussão da da da Nana ou coisa ou da coisa muito, muito grande.
34:19
Atenção, como em tudo, OK?
Se eu estiver aqui a falar sobre como é que um programa de rádio funciona, como é que a tecnologia funciona?
É fácil, isto é, não, não é fácil de se atender.
Vocês têm que querem o programa tal e querem andar para trás e para a frente, isto e aquilo.
E eu vou perder completamente qualquer profissão.
34:37
Imaginem se eu vou tentar perceber como é que um canalizador vai a minha casa e desentopa uns cantos?
Eu não vou perceber, eu não vou conseguir fazer aquilo da mesma maneira da próxima vez.
E, portanto, é por isso que costumamos dizer, cada macaco no seu galho, não é?
Cada um trata das suas coisas.
34:53
Portanto, se tu quiseres ter e ir a uma sessão científica por isso é que por isso que os primeiros 2 dias não estão abertos ao público, os primeiros dias de dias já estão abertos aos cientistas.
OK, não, não é para proteger, mas é porque senão aborrecem se há, imediatamente começam a.
Perder o interesse daquilo que pode ser algo que pode ser mesmo interessante.
35:10
E por isso é que tem que haver trabalho das equipas de comunicação com cientistas que estão que têm o rigor para a comunicação.
Manter o rigor, mas ter apenas os detalhes necessários para que as pessoas compreendam o que como é avançar na ciência.
Olha, eu não quero sair da da de longevidade.
35:26
Preferias uma vida até aos 150 anos ou uma vida mais rápida em que enfim descobrisse a cor da malária.
Pode ser.
Eu acho que nós todos queremos ter uma vida que seja.
Eu não quero viver até aos 50, 150 anos em que nos últimos 50 estou completamente débil e não anão me reconhecer ou não reconhecer ninguém à minha volta ou é capaz de seres uma cama não é isso, não não sei se estamos, nós estamos é a fazer isso mais tarde.
35:52
Antigamente também faziam isso, faziam isso mais cedo, não é?
Portanto, eu também não acho que é isso.
Agora, o que nós queremos mesmo?
Queremos ter uma vida?
Com propósito.
Eu acho que queremos ter uma vida com propósito, mas tudo o que nós fazemos na vida por nós, pela nossa sociedade, pode ter propósito.
Não é preciso fazer coisas grandiosas para ter propósito.
36:10
Eu acho que propósito podemos encontrar nas mais ínfimas aspetos da vida e, portanto, é muito importante.
Nós acho eu encontrarmos propósito na vida.
E aqui já não sou a Maria Manuela falar como cientista, mas a Maria Manuela falar como como cidadã.
Acho que todos temos que ter que queremos ter propósito.
36:28
E não queremos uma vida que seja longa, de mais e que seja dolorosa, mas queremos uma vida maravilhosa, que seja o mais longa possível.
Portanto, a vida eterna não é uma coisa que te fascine assim à cabeça.
De todo.
Olha, quero.
Ser extremamente cansativo.
É para mim 11 curiosidade, uma curiosidade grande e que tu tu és uma cientista, obviamente sucesso hoje uma CEO para as mulheres e os homens.
36:51
É mais fácil ser homem ou mulher a gerir 11 coisa ou ou isso nem cabe na tua cabeça essa.
Esse pensamento.
Acho que é mais difícil para as mulheres.
Os números assim o dizem chegarem a certo tipo de posições, porque nós todos temos estereótipos, homens e mulheres que muitas vezes vemos que em certas funções, geralmente são homens a fazer essas funções.
37:11
E, portanto, sem dúvida que os números assim o dizem que é mais difícil para ser uma mulher.
Eu não acho que haja um tipo de liderança feminina ou masculina ou isto aquilo.
Há uma de liderança.
Da pessoa, não é?
Obviamente dizendo isto, há certas linhas que fazem com que sendo mulher se faz isto mais de uma maneira, sendo o homem faz isto de outra maneira, et cetera.
37:33
Mas eu acho que acima de tudo, há sempre lideranças que.
Que são mais aquela pessoa ou aquela equipa, et cetera, e que também é a pessoa com a idade, et cetera, vai mudando e vai vai adaptando às necessidades do daquilo que está a servir.
37:51
O que é que fazes de um líder, um bom líder?
O que faz 111 livro?
Não sei.
Isso é, eu costumava me perguntar, é muito interessante, o que é que faz um cientista ser bom?
Cientista, OK?
Agora tu estás claramente numa.
Tu agora lideras uma equipa de 500 cientistas e portanto cabe te mas.
38:11
Há muitas pessoas a, ou seja, eu lidero.
Mas, quer dizer, há muita gente intermediária, ou seja, há muitos aspetos.
Eu não digo aos cientistas o que é que eles têm que fazer como ciência, o cientista é livre de na nossa instituição, o cientista é livre de fazer aquilo que quiser, é avaliado 5 em 5 anos e obviamente paga ou não por aquilo que no fundo foi capaz de fazer.
38:33
Mas é tem uma Liberdade enorme sobre aquilo que há de fazer.
O onde, onde eu estou a liderar é, juntamente com o nosso diretor científico OKA, recrutar os melhores.
Cientistas que nós conseguimos para o gime porque estamos a recrutar, ou seja, nós escolhemos os melhores que nós consideramos para a ideia que tínhamos de gime do lado do IMME, do IGC, mas deixamos espaço para recrutar novos e, neste momento, estamos a recrutar 3 novos cientistas para o gime.
38:59
Mas a ideia é nós recrutamos, porque eles representam e que se encaixam na ideia de que nós queremos de instituição, de uma instituição forte, que quer entender a vida como é aquela, como é que ela surgiu, como é que ela evoluiu, como é que ela se mantém com com saúde.
Saúde sem saúde, et cetera.
39:15
Portanto, nós queremos entender como é que a vida está e tentamos encontrar as melhores pessoas com capacidade para fazer isso, mas no tempo depois de serem recrutados e até à primeira avaliação, completamente livres de dirigirem a sua investigação da forma como quiserem.
Portanto, eu não dirijo a ciência dos outros e isto é muito importante fazer e.
39:33
Como é que depois tu avalias cientistas de áreas que não dominas?
Não sou eu que avalio.
Nós temos um conjunto de cientistas no mundo inteiro para as diferentes áreas que avaliam esses cientistas.
E estou aqui.
Não sou eu.
Faço o que eu faço e a equipa que faz não sou eu, sou eu, o nosso diretor científico e o nosso diretor de operações, OK?
39:50
Com várias pessoas que nos ajudam nesta equipa.
Nós criamos as condições para estes cientistas com a sua Liberdade.
Não, não dizerem a culpa não foi minha, foi porque não me deram condições.
E as cientistas dizem isso.
Como todos nós, não é?
Quando não nos corre a vida bem, dizemos, pá, desculpem, lá a culpa não vem.
40:07
Desculpa o.
Objetivo nosso é criar um ambiente.
Que no fundo, é um ambiente que que faz com que as pessoas consigam fazer as melhores perguntas e ter todos os processos, toda a tecnologia, tudo para responder a essas perguntas da melhor.
40:24
Forma olha, vamos fechar, qual é a pergunta que te falta?
Responder ou fazer?
Eu tenho várias perguntas OKEE, no fundo há uma pergunta que eu ando sempre atrás, OK?
É porque é que evolutivamente, o parasita da malária, escolheu o fígado para se replicar desta forma incrível como não se replica.
40:50
Está lá o álcool eventualmente a metabolizar a minha hipótese.
É uma estás a ver?
Já, já já começaste a primeira a ser cientista, a colocar hipóteses.
OK, nós dizíamos o porquê não.
Já agora deixa me deixa me mais uma pergunta que é?
41:06
É se se nós já sabemos tanto, nomeadamente sobre este parasita, na realidade, o que é que falta para para matarmos o bicharoco não é para no fundo, é por causa do da esta.
Pergunta mesmo, como é que foi possível?
Temos um vírus cresceu aqui num ano e tal se fez umas vacinas, não é?
41:24
O sarkov 2 causou uma pandemia e incrivelmente a ciência respondeu.
A ciência e o mundo responderam de uma forma extraordinária e conseguiu se uma vacina e esta vacina não inibindo o vírus em si, protege nos da doença grave?
41:40
Não.
É porque é que a biologia nos está sempre a dar cabo da vida.
No fundo, é essa a pergunta.
Não é incrível porque um vírus é um organismo muito mais simples que um parasita?
Um parasita é mais complexo que um vírus e ainda mais complexo que uma bactéria.
Ou seja, o vírus é o mais simples.
41:56
Depois vem uma bactéria, depois é um.
Digamos que é que é 111 parasita.
E é tão complexo que tem tantas formas diferentes que nós entendemos, mas nós estamos a querer fazer algo.
Que a natureza não faz.
Nós estamos a querer combater um organismo que a nossa própria natureza nunca o combate.
42:15
Uma pessoa que vive numa região endémica de malária tem sempre malária a vida toda.
É verdade que ao fim de uns anos deixa de ficar doente de malária e passa a ter parasitas em sua circulação e deixa ficar mexe.
Um jovem aos 18 anos, deixa a sua aldeia numa região endémica de malária e vai viver numa cidade onde já não há transmissão de malária.
42:35
Ao fim de 1 ano vai visitar os familiares e pode morrer de malária.
Já não morria aos 18 anos de malária porque o sistema imune já se esqueceu de que havia aquele parasita no corpo dele e simplesmente já perde memória.
Essa é uma pergunta importantíssima que eu nunca tentei responder, mas tenho colegas meus no mundo e, portanto, há perguntas super interessantes que não são as minhas, mas que são fascinantes.
42:57
Porque é que nós perdemos memória de que basta estar uns meses sem ver o parasita da malária.
E isto é algo que obviamente coloca um problema enorme para as regiões endémicas, para o movimento de pessoas nas entre regiões endémicas.
E não andei muito com este malário.
Maria Manuel Malta, muito obrigado.
Obrigada.
43:12
Eu foi uma ótima esta conversa.
Obrigada.
As boas conversas são como as boas perguntas são contagiosas e reprodutivas.
Encontrar boas respostas implica fazer boas perguntas.
Mas mesmo que a pergunta não seja a mais acertada do mundo, há que estar sempre atento às respostas certas, que até sobrevivem às piores perguntas do planeta.
43:32
Até a próxima semana.
